quarta-feira, 3 de julho de 2013

As Horas: intenso, intimista e sublime.


Bem, eu vou falar sobre um filme que tirou meu fôlego hoje (não podia deixar sob hipótese alguma de escrever sobre ele). Trata-se do filme As Horas (The Hours) de 2002, dirigido por Stephen Daldry (que também dirigiu O Leitor, Billy Elliot e Tão Forte Tão Perto). Já tinha visto muitos comentários positivos sobre As Horas, mas resolvi assistir mesmo por causa de Virginia Woolf. Como eu ainda sou uma aprendiz da literatura, tenho que dizer que não li nenhuma obra da escritora, mas fiquei com muita vontade de ler. Contudo, quando eu li a carta de suicídio de Virgina Woolf me emocionei bastante e coloquei na minha cabeça que precisava ver o filme. Detalhe: o filme começa com as palavras de despedida de Virginia Woolf e seu suicídio. Não podia ser mais emocionante!

Dando uma prévia sobre a sinopse do filme, com a ajuda do Filmow, As Horas conta a história de três mulheres em períodos de tempos diferentes ligadas ao livro Mrs. Dalloway. São elas a escritora Virginia Woolf (Nicole Kidman) em seu momento de escrita do livro Mrs Dalloway em uma iminente perda da sanidade, Laura Brown (Julianne Moore) uma infeliz dona de casa grávida dos anos 50 que lê o livro e tenta preparar uma festa para o marido e Clarissa Vaughn (Meryl Streep) que é uma editora de livros que também tenda dar uma festa para seu amigo ex-amante Richard, que ganhou um prêmio de poesia e está com Aids. 

E então fica a pergunta: o que o filme tem de mais? Com esse roteiro dá pra imaginar uma infinidade de situações que o filme poderia abordar. Entretanto, eu posso afirmar com toda certeza que esse filme tem muitas coisas a mais. Coisas que te tocam profundamente, te emocionam e te fazem refletir. 

A maneira com que a infelicidade e a depressão é retratada no filme expressa-se com uma ausência de origens ou motivos. Ao meu ver a tristeza das personagens não é culpa dos maridos, dos filhos, do trabalho. Elas simplesmente estão infelizes. E querem sair dessa depressão, mesmo que para isso a morte tenha que vir. Fica explícito a força feita por Laura e Clarissa para parecerem felizes e animadas, mas no fundo de sua mente, elas estão prestes a ruir. E a instabilidade de Virginia também nos deixa apreensivos por saber que ela está perdendo a razão cada vez mais.

Outro aspecto interessante do filme é como a vida dessas três personagens se mesclam, mesmo vivendo em épocas distintas, e com problemas tão semelhantes. A sequência dessas cenas é perfeita, às vezes fica parecendo que você assiste a 3 filmes e a outras parece que é um filme só. 

Além disso, existe outra coisa que eu não posso deixar passar em branco: a belíssima trilha sonora de Philip Glass. Como foi impecável e perfeita! Acentuou ainda mais os conflitos das personagens e intensificou as emoções. 

O filme recebeu vários prêmios, incluindo Oscar para a Nicole Kidman, o Globo de Ouro e o BAFTA. 
(minha opinião a parte: achei que a atuação da Julianne foi melhor que da Nicole, mas tudo bem)

Mais uma coisa que foi marcante no filme para mim foi quando Virginia fala (acho que para o marido dela) sobre a morte. Fala que algumas pessoas morrem para mostrar a importância da vida para outras (acho que é algo do tipo). Isso faz pensar. E muito.

Finalizando: As Horas é excelente e eu recomendo!


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